Química > Ambiental > Primavera Silenciosa, de Rachel Carlson - Resenha

Este é um livro de ecologia que é considerado um dos mais importantes livros científicos da história. Ele deu origem aos movimentos ecológicos modernos, teve muita influência na política e na indústria, e causou até mesmo a proibição do inseticida DDT nos EUA.

Rachel Carson não pregava a proibição dos biocidas e sim um uso mais responsável, de modo a gerenciar o impacto dos mesmos no ecossistema. Ou seja, era contra o uso indiscrimando, jogando toneladas de venenos por todos os lados e sem muitos critérios.

Rachel foi uma visonária e preveu que a fabricação de venenos em enormes quantidades traria desgraça para o planeta. O acidente na fábrica de pesticidas da Union Carbide (atual Dow Chemicals ) em Bhopal (1984) foi talvez a mais sinistra confirmação de que Rachel estava certa.

OBS. Faço comentários meus (destacados em azul) , basicamente trazendo atualizações, pois o livro é dos anos 60. Incluo tmbé expressões em inglês, pois lí o livro no original, para ajudar em eventuais buscas que se queira fazer para estender o aprendizado.

Segue a resenha, capítulo por capítulo:

 

  1. A fable for tomorrow

No primeiro capítulo, uma fábula para o amanhã, a autora descreve o planeta num momento futuro, onde não se escutam os pássaros, as abelhas já não polinizam as flores e portanto não há mais frutos, enfim, uma sombra de morte (a shadow of death) paira por todos os lados.

É surpreendente que o fim da vida no planeta não será resultado de um evento cósmico, guerra nuclear ou algum novo vírus. Será o resultado da ação deliberada dos humanos...

De todas formas já era um fato na época em que o livro foi escrito (1962), que em inúmeras cidades americanas não se ouvia o canto dos pássaros na primavera (daí o título do livro, primavera silenciosa -silent spring. O que aconteceu? Este livro tenta explicar...


  1. The obligation to endure

A história da vida na terra sempre foi marcada pela interdependência, de modo que a fauna e a flora têm sido moldadas pelo meio ambiente. Toda a vida na terra têm evoluído de maneira conjunta até o momento em que o ser humano começou a desenvolver poderes para destruir este equilíbrio.

A guerra do homem contra a natureza iniciou-se nos anos 40 com o desenvolvimento das indústrias química e nuclear. Inúmeros venenos passaram a ser espalhados por rios, vegetação, oceanos, etc... Estes entram nos seres vivos e passam de um para o outro (chain of poisoning and death). Uma adaptação par conviver com estes produtos, venenosos e radioativos, levaria centenas de anos. Mas nem assim seria possível porque novos "produtos" são lançados continuamente.

Este produtos não são seletivos, de modo que matam todos os insetos, os "bons" e os "maus". Alguns insetos (e plantas) são classificados como pestes, dependendo do contexto. Além de insetos, matam pássaros e muitos outros animais, e por isso essas substâncias devem ser chamadas de biocidas, invés de inseticidas.

Para piorar, esta busca por um mundo livre de insetos nunca tem êxito, porque os insetos acabam criando resistência ao veneno (de acordo com a teoria de Darwin) e novos e mais potentes venenos são desenvolvidos e aplicados em retaliação. É uma guerra sem fim em que toda a vida do planeta recebe "balas perdidas" (is caught in its violent crossfire).

Os historiadores do futuro tentarão entender como que uma espécie supostamente inteligente como o homem causou a contaminação de todo o meio ambiente e trouxe a ameaça de morte e catástrofe para sua própria espécie, em troca de livrar-se de algumas espécies indesejadas.

Uma pequena porcentagem de insetos causa problemas para o homem por 2 razões: eles carregam doenças ou eles competem pela comida (nas plantações). Problemas de doenças, carregadas por insetos, geralmente ocorrem em regiões de pobreza ou que sofreram algum desastre. O controle químico destas situações geralmente tem sucesso limitado e arrisca piorar as coisas. O problema dos insetos competindo pela nossa comida, ou seja comendo nossas plantações, tem sido muito agravado pela monocultura e pela importação de plantas. A monocultura favorece a explosão do número de insetos porque oferece alimento a uma espécie específica, em grandes quantidades, e por tempo ilimitado. Este é um problema que o fazendeiro mais primitivo evitava simplesmente com a rotação das culturas. A importação de plantas também causa problemas porque insetos pegam carona e se instalam em novo territórios; e o que é pior: estes não possuem predadores nas novas áreas que invadem e então se espalham rapidamente. A importação de plantas ocorreu com muita frequência: imagine que na Europa não existiam as batatas, por exemplo.

É o público que é vítima desta guerra e portanto é o público que deve decidir se isto é viável ou não. As verdades devem ser comunicadas!

The obligation to endure give us the right to know.

 

3. Elixirs of death

Pela primeira vez na história estamos sendo expostos a produtos perigosos desdeque nascemos até a morte. É quase impossível encontrar neste planeta algum ser vivo livre de contaminação (lembro que o livro foi escrito nos anos 60). Até os esquimós já estão contaminados com mercúrio, por exemplo.

Os antigos inseticidas (produzidos antes dos anos 40) eram baseados em certos minerais (arsênico, mercúrio, cobre, manganês, zinco) ou produtos de origem vegetal, extraídos do crisântemo ou folhas de tabaco, por exemplo. O arsênico sempre foi um veneno bastante conhecido, usado em muitos assassinatos ao longo dos anos (era bastante popular na idade média), conveniente por não ter cor nem sabor (no caso do trióxido de arsênico).

Os novos inseticidas sintéticos (inventados com o desenvolvimento da química orgânica, que permitiu montar moléculas com esqueletos de carbono) são muito mais poderosos, não só pela capacidade de matar mas pela maneira como penetram processos internos do organismo para atuar de maneira sinistra, inutilizando certas enzimas que desempenham funções vitais como proteger o organismo ou produzir energia (sínetes de ATP). Dessa forma eles podem levar também ao câncer.

Os primeiros inseticidas sintéticos eram divididos em 2 classes: os hidrocarbonetos clorados (ou organoclorados) e os organofosforados. Ambos são considerados orgânicos porque possuem estruturas que consistem de átomos de carbono.

Os organoclorados possuem carbono e cloro na estrutura. O primeiro e mais famoso membro é o DDT (abaixo)

 

figura 1 - DDT

DDT foi sintetizado em 1874 mas o seu uso como inseticida foi descoberto em 1939 e foi recompensado com um Prêmio Nobel.

A seguir foram descobertos inúmeros organoclorados, alguns muito mais potentes que o DDT. Um problema grave dos organoclorados é que eles se acumulam nos seres vivos, sendo armazenados nos tecidos de gordura. Além disso, eles cruzam com facilidade a placenta (que é a barreira protetiva entre mãe e embrião) de modo que as pessoas são contaminadas até mesmo antes do nascimento .

Chlordane, por exemplo, pode ser absorvido pela pele ou pelos sistemas digestivo e respiratório. Ou seja, de tudo quanto é jeito. Os organoclorados mais venenosos são os naftalenos clorados, como dieldrin, aldrin e endrin.

Os organofosforados, cuja fórmula geral é mostrada abaixo,estão entre as substâncias mais venenosas que existem no mundo. Abaixo vemos a fórmula geral; diferentes compostos são feitos com diferentes cadeias orgânicas nos lugares representados por "R".

figura 2 - fórmula geral dos organofosforados

 

Desde o início do século cientistas buscam os vários tipos possíveis destes compostos. Os agentes nervosos (gases usados como armamento químico e que matam pela sua atuação no sistema nervoso) também pertencem a esta classe. Por exemplo o gás tabun foi produzido às toneladas pelos nazistas na segunda guerra mundial. Sarin, também pertencente a esta classe de compostos, é muito mais potente que tabun e ficou conhecido por ter sido usado em um ataque no metrô de Tóquio em 1995.

Os organofosforados atuam no metabolismo da acetilcolina, que é um neurotransmissor, isto é, ela transmite mensagens desde células nervosas a outras células (nervosas ou de outros tipos), músculos e glândulas. A acetilcolina está presente em diversos animais, incluindo insetos e humanos. A mensagem que determina que um músculo se contraia, por exemplo, deve ser interrompida para que o músculo possa depois relaxar. Este papel é realizado pela enzima colinesterase. Os organofosforados destroem a colinesterase e causam um curto-circuito no músculo,impedindo o seu relaxamento devido, causando tremores, espasmos, convulsões e morte.

Muitos soldados que combateram na guerra do golfo receberam injeções de drogas anticolinérgicas, que funcionariam como antídoto no caso de uma ataque com gás nervoso. Acredita-se que estas injeções são responsáveis pelas doenças conhecidas como síndrome da guerra do golfo, comuns entre os veteranos.

Um exemplo de inseticida organofosforado é o parathion, que é muito popular como instrumento de suicídio na Finlândia.

A quantidade de organofosforados usada somente nas fazendas da Califórnia seria suficiente para exterminar a população do planeta 10 vezes. Isto não ocorre porque estes, diferentemente dos organoclorados, são degradáveis (isto é, se decompõe espontaneamente) e portanto não acumulam no ecossistema.

Ou seja, embora os organofosforados tenham mais poder de matar, eles tem a vantagem de serem degradáveis. Os organoclorados são menos letais para os humanos mas persistem no meio ambiente.

O fato de consumirmos um coquetel de venenos, e não apenas um em particular, agrava bastante a situação. Uma combinação entre as substâncias descritas acima, ou mesmo incluindo outros substâncias nocivas produzidas por outras indústrias, pode incrementar o poder de envenenamento em até 50 vezes.

Em um prato de salada deve provavelmente haver um coquetel destes.

Os organofosforados são os preferido para aplicações em sistêmicos. O inseticida sistêmico é aquele que torna toda a planta venenosa, ou seja, ele não apenas cobre a planta com veneno externamente. Quer dizer que um animal que coma qualquer parte desta planta (especialmente a seiva) será envenenado. Abelhas que consomem néctar destas plantas produzirão mel envenenado.

Um exemplo de pesticida sistêmico é a pilúla que se dá para um cachorro para matar pulgas e carrapatos: o sangue do cachorro torna-se venenoso e quando os parasitas o consomem, morrem.

Os herbicidas, venenos para matar as plantas indesejadas, são tão perigosos como os inseticidas. Não é surpresa que antigamente havia muitos feitos também à base de arsênico.

 

4- Surface waters and underground seas

A água é o recurso natural mais precioso. Embora mais da metade do planeta seja coberto por água, a maior parte deste recurso não é usada pelos humanos porque contém muito sal. Por isso a água limpa e sem sal torna-se um recurso cada vez mais escasso. Infelizmente o homem não parece estar muito preocupado com a água.

Como se não fosse suficiente toda a poluição que chega às nossas águas na forma de esgotos animais, ainda inventam-se mais poluentes. As águas são contaminadas também com radioatividade (de explosões ou do ciclo do combustível nuclear), resíduos industriais, pesticidas, etc.

A poluição da água é geralmente invisível, até que peixes começam a morrer.

Os agrotóxicos também acabam na água. Às vezes são diretamente aplicados na água, para matar algas e tal, outras vezes são levados aos rios e lagos pela chuva. Esta poluição chega até os lençóis subterrâneos onde se espalha por todos os lados e eventualmente volta à superfície em uma fonte ou poço.

A água permite a interação desta imensa variedades de poluentes , na forma de reações químicas,de modo que novas substâncias, possivelmente ainda piores, podem ser produzidas. Os raios UV do sol e eventuais catalisadores como íons de metais aceleram estas reações químicas.

É reportada a morte de pássaros (grebes) no Clear Lake (EUA) nos anos 40. Alguns destes estavam contaminados com DDD (um parente do DDT) com concentrações de até 1600 ppm (partes por milhão), o que é surpreendentemente alto. Em plâncton foram detectadas concentrações de 25 ppm (o que é 25 vezes a máxima concentração encontrada no lago). Os peixes que comiam o plâncton tinham concentrações de 40 a 300 ppm. Animais carnívoros, que comiam os peixes, chegaram a ter concentrações de DDD de 2500 ppm. Dessa forma a concentração o veneno vai aumentando a níveis perigosos, após ser inicialmente absorvido da água pelo plâncton (biomagnificação).

Em seguida vamos estudar outro importante recurso: o solo.

 

5- Realms of the soil

Assim como a água, o solo é outro recurso de extrema importância que vem sendo negligenciado.

Sem o solo nenhum animal ou planta poderia viver no planeta. O solo não é morto e estéril. Ele é cheio de vida; vida esta essencial para o planeta, consistindo especialmente de fungos e bactérias.

Por exemplo, as bactérias que fixam o nitrogênio no solo (na forma de nitratos) são imprescindíveis. Sem elas, muitas plantas não poderiam acessar o nitrogênio e portanto não poderiam fazer proteínas e DNA, por exemplo, embora imersas numa atmosfera com 80% de nitrogênio (na forma de N2).Este problema foi amenizado com a invenção do processo de Haber (nos anos 40) que permitiu a produção industrial de amônia e causou um boom na agricultura.

mais sobre o ciclo do nitrogênio>>

Há também muitas outras bactérias, fungos e algas que reciclam elementos essenciais para a vida (minerais) como ferro, manganês, enxofre, etc..de modo que estes tornam-se mais uma vez disponíveis para as plantas. Além disso, essas criaturas produzem gases que ajudam a manter o equilíbrio químico na atmosfera.

Há mamíferos que andam pelos solos e que ajudam na aeração e também o tornam mais macios para a penetração de raízes de plantas. Minhocas também são muito úteis e até mesmo seus resíduos ajudam.

O uso intensivo de venenos pode matar toda a vida do solo o que traria consequências terríveis.

O arsênico é um veneno que fica impregnado no solo. Mesmo muitos anos depois da substituição deste pelos inseticidas orgânicos, ele ainda é detectado no solo. Isto explica o alto índice de arsênico dos cigarros até hoje, um longo tempo após o uso deste nas plantações de tabaco.


6. (Earth’s green mantle)

O homem parece esquecer que nem ele, nem os outros animais, podem viver sem a presença das plantas. Embora ele proteja algumas espécies que lhe são convenientes, não há hesitação em destruir aquelas que possam causar alguma moléstia, por estarem no lugar errado na hora errada. A destruição normalmente ocorre por meio de um ataque químico. O problema é agravado pelo fato de que há uma interação complexa e profunda entre toda a vida no planeta. Este equilíbrio pode ser destruído com o uso indiscriminado de venenos.

O exemplo das plantações de sage (Artemisia tridentata ) nas planícies ocidentais dos EUA é citado como exemplo desta destruição. Esta planta dominava a paisagem, após ter evoluído juntamente com os animais por longos períodos. Era um alimento muito importante para os animais, pois é uma planta com conteúdo energético superior ao da alfafa. O sage foi destruído para plantar grama, e criar gado. Com a eliminação do sage desapareceram também animais como o antílope o eu galo silvestre (grouse). Outras plantas que não eram o alvo também foram eliminadas.

Outra planta que foi marcada para morrer foi o salgueiro, mais conhecido como chorão (willow). Isto causou sofrimento também para os castores , que usam os troncos desta árvore para fazerem suas represas. Essas represas constituem um ecossistema que inclui diversas espécies; até o próprio salgueiro se beneficia dessas represas.

Outro alvo do envenenamento são as plantas de beira de estrada (roadside), que são muito variadas e incluem espécies muito bonitas. Esta destruição prejudicou também as abelhas. Desde 1957 se está denunciando abusos contra as abelhas, que são extremamente importantes pois fazem a polinização de flores (entre outras coisas) Seria mais racional apenas cortar as plantas mais altas, que são aquelas que podem atrapalhar a visão na estrada.

O herbicida 2,4-D (') , que é usado até hoje, já era usado na época do livro. Ele foi uma dos ingredientes do Agente Laranja, produto usado pelos EUA na guerra do Vietnã. Este herbicida faz com que a planta, enquanto morre, armazene mais açúcar nas suas folhas. Isto a torna mais atartivo para os animais (especialmente gado), e faz com que estes consumam também o veneno. Até plantas que normalmente não são comidas pelos animais, toram-se atrativas após o uso do 2,4-D.

Estamos novamente entrando na natureza da forma em que um elefante entra numa loja de cerâmicas. 'Once again we are walking in nature like an elephant in the china cabinet.’

Algumas plantas úteis são também mortas pelo herbicida. Por exemplo a calêndula (marygold) é muito útil porque suas raízes liberam uma substância que mata os nematoides no solo, que são uma praga da agricultura porque comem raízes de plantas.

A ambrosia (ragweed) gosta de bastante espaço para crescer tranquila. Quando as outras plantas são mortas pelo veneno, ela aproveita o espaço liberado e se desenvolve rapidamente.

A digitaria (crabgrass) não cresce bem em solos bem nutridos. Portanto para eliminar essa planta é mais fácil nutrir o solo do que meter venenos.

A erva St Johns-wort (Klamath weed) é também tratada como peste. Curioso, porque é uma planta medicinal, usada contra a depressão, e custa caro…

Outra estratégia seria trazer insetos que comam as plantas que se quer eliminar.


7. Needless havoc (destruição desnecessária)

Neste capítulo aborda-se a questão da destruição de toda a natureza, causada pelo uso dos venenos, e cita diversos exemplos.

O ataque ao besouro japonês (Japanese beetle) na área de Michigam entre outras, com Aldrin (um organoclorado mais letal que o DDT), causou a morte de inúmeros animai além daqueles que eram o alvo. Em particular, os animais de áreas residenciais como pássaros e até mesmo pets foram mortos. Para piorar, esses animais mostravam seu sofrimento por meio dos comportamentos típicos que antecipam a morte por veneno, como tremores. O veneno não é seletivo, ele mata insetos e mata também outros animais, incluindo humanos. Veterinários recomendaram a lavagem de animais expostos à chuva de veneno, mas infelizmente os organoclorados são feitos para grudar nas plantas e portanto não podem ser lavados.

Coelhos , peixes, gambás (opossums), ratos-almiscarados (musk rats), assim como toda a população de pássaros, foram exterminados.

Para piorar, o ataque químico no besouro japonês teve um resultado apenas temporário.

Em 1933 foi descoberta a Milky disease, uma doença que mata o besouro japonês e que ofereceu uma alternativa de combate ao inseto, acelerando-se a propagação da doença. Esta alternativa teve sucesso em várias regiões.

Fica a questão de se uma civilização pode alimentar uma guerra contra a natureza sem ser , ela mesma , uma das vítimas.

Muito deprimente é ver os pássaros envenenados, batendo as asas em vão e não conseguindo se equilibrarem nos pés, com o bico aberto tentando desesperadamente respirar… Essa cena tornou-se normal nas regiões afetadas. Os esquilos também tinham um comportamento típico antes da morte por veneno. Esses animais tiveram mortes horríveis.

Por matar alguns insectos, é justo causar este sofrimento em tantas criaturas vivas?

 

8.And no birds sing

 

O Ulmeiro (elm) é uma árvore popular na Europa e a doença fungal transportada por besouro (Dutch elm disease) causa a morte de muitas delas. A doença chegou nos EUA em 1930 em troncos importados e contaminados. O fungo invade os tecidos vasculares da árvore, que conduzem água, e os entopem. Os besouros fazem buracos no tronco das árvores e se contaminam com os esporos do fungo, levando-os para outras árvores.

Um grande ataque químico dirigido a este besouro causou a morte de inúmeras espécies de pássaros e deixou as regiões afetadas em silêncio (não se ouvia mais os pássaros). As famílias não sabiam como explicar isso às crianças , já que existem leis que protegem a vida dos pássaros.

Os pássaros são também contaminados indiretamente, quando comem as minhocas que comeram as folhas envenenadas. Mas não apenas os pássaros que se alimentam no chão (ground feeders) são contaminados. Também os que se alimentam no topo das árvores ou no tronco. Os predadores de outros pássaros também se contaminam, incluindo outros animais, ao comerem pássaros contaminados.

Até os pica-paus morrem, o que é um desastre à parte porque eles comem uma outra peste que é o besouro de pinheiro (Engelmann spruce beetle).

Para piorar , muito pássaros se alimentam de insetos, que se recuperam mais rapidamente do ataque, e se proliferam rapidamente porque o predador (pássaro) desapareceu.

Até pássaros muito estimados pelas pessoas como o Robin, e até mesmo a águia (que é um símbolo americano) foram vítimas .

Claro que é lamentável a perda dos ulmeiros, mas muito pior é perder também toda a população de pássaros.

Para piorar, o ataque químico não é efetivo contra os besouros, pois o resultado é apenas temporário. Em Connecticut, após 10 anos de uso de venenos , um período de seca favoreceu o besouro e a mortalidade dos ulmeiros aumentou 1000 por cento.

Finalmente, depois de anos usando venenos, descobriu-se que uma estratégia mais efetiva é sanitização (sanitation) das árvores, ou seja, que árvores contaminadas tenhamos troncos e galhos queimados para evitar a propagação do fungo por meio de besouros.

A morte de raposas também chocou as pessoas, que as observavam moribundas andando em círculos, já meio cegas , antes de morrer em convulsões. Estas morriam por comerem pássaros e outros animais envenenados.

Alguns pássaros eram deliberadamente mortos por fazendeiros, como por exemplo o pássaro negro (blackbird). Os Beatles fizeram a música blackbird!


9. Rivers of death

Este capítulo descreve a destruição nos rios, e inicia-se com o exemplo do salmão, na região de Miramichi no Canada, onde houve um spray de veneno para conter um verme (budworm) que atacava os pinheiros, cultivados pela indústria do papel. Os salmões pequenos começaram a morrer de fome porque os insetos que eles comiam (caddis fly) desapareceram. Muitos outros tipos de de peixe também estavam morrendo.

Não apenas peixes jovens morriam, mas houve uma mudança completa no ambiente dos rios.

As populações do verme se recuperaram e o spray de veneno continuou repetidas vezes, nas regiões de pinheiros do Canadá.

Outros peixes chamados suckers morreram em grande volumes, exibindo sintomas de envenenamento como nadando erraticamente e tremendo com espasmos.

Nem todas as mortes de peixes ocorrem imediatamente após o spray. Biólogos em Montana descobriram a morte de vários tipos de trutas devido ao efeito retardado do veneno. Os organoclorados (como o DDT) se acumulam na gordura do organismo, aos poucos. Num momento de necessidade, quando o animal necessita essas reservas de energia, o veneno volta em maior volume à corrente sanguínea, causando a morte.

O camarão é muito sensitivo a esses venenos. Um camarão pode morrer com uma concentração de pesticida de apenas 1 ppb (parte por bilhão). Animais que vivem em mangues, como caranguejos, e pântanos sõa também muito sensitivos. Moluscos não são muito sensitivos, o que causa outro problema: eles podem concentrar o veneno e depois serem comidos por humanos.


10.Indiscriminately from the sky

Os venenos tem sido aplicados desde o céu, formando um a chuva da morte.

Antigamente venenos eram guardados com muito cuidado, em armários sinalizados por caveiras e ossos cruzados, longe do público. Agora eles são vendidos em qualquer loja, em embalagens coloridas e atrativas, Às vezes até mostrando uma família feliz na embalagem. Pior ainda, eles chovem encima das pessoas.

Dois exemplos de intenso spray de veneno são estudados neste capítulo, o da mariposa-cigana ou lagarta do sobreiro (gipsy moth) eu da formiga de fogo ou formigas-lava-pés (fire-ant). Ambos programas foram trágicos.

O programa para exterminar a mariposa-cigana causou contaminação do leite e apicultures perderam centenas de colônias de abelhas.

O programa para exterminar a fire ant, em particular, foi um enorme fracasso. Primeiro que é um inseto que não molesta muito as pessoas. Apenas o formigueiro que fazem perturba um pouco . É um inseto que até então não atraía muita atenção. Além disso elas são benéficas à agricultura porque ajudam a aerar e drenar o solo. São predadoras do bicudo do algodoeiro (cotton boll weevil), que ataca cultivos de algodão. O extermínio das formigas de fogo causou também um grande aumento no número de insetos que atacam cultivos de cana de açúcar (sugarcane).

No final do programa, havia mais formigas de fogo do que no início, e houve como sempre uma grande mortalidade de pássaros e especialmente animais que vivem no solo ou vegetação baixa.

Descobriu-se depois que era muito mais racional depositar o veneno apenas nos formigueiros, economizando o produto e as mortes de outras criaturas.


11. Beyond the dreams of the Borgias

Qualquer pessoa hoje está cercada de venenos e muitas vezes não está nem consciente do fato. O veneno é absorvido pelas pessoas de forma cumulativa . Para quem não trabalha na indústria, a maior fonte de contaminação com DDT é a alimentação.

Venenos estão muito fáceis de adquirir, postos na estante do supermercado próximos à estante de produtos de limpeza e tal, sem as caveiras e osso cruzados que era habituais. Entre os organoclorados vendidos para uso doméstico estão o chlordane e o dieldrin (ainda mais tóxico). Lindane é usado em vaporizadores.

O consumidor tem pouca informação sobre a toxicidade dos venenos que compra, e usa diferentes aparelhos para espalhá-los. Os nomes comerciais dos venenos escondem a sua verdadeira natureza.

Venenos na comida

As pessoas que se recusam a comer veneno são consideradas meio malucas ou fanáticas ou coisa parecida. É como se fosse uma coisa perversa exigir comida livre de venenos.

Já em 1954, as amostras de gordura corporal das pessoas exibiram 5,3 a7,4 ppm de DDT.

Uma pesquisa da Fiocruz com leite materno , realizada em 2001, acusou a presença de DDT em todas as amostras, e 18% estava, acima do limite de risco.

https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/4938

A carne, leite e outros produtos que incluem gorduras animais são os que contém o maior nível de DDT, porque este é solúvel em gordura e acumula-se alí. Frutas e vegetais têm níveis menores. Lavando-se estes não se remove o DDT porque ele gruda. Afinal, ele não poderia ser removido com a chuva porque o fazendeiro iria ter que gastar mais dinheiro, toda hora. Ele é aplicado com uma solução de hidrocarboneto, que por si só é também tóxica. Por isso é bom descartar as folhas mais exteriores de alfaces, repolhos e tal, e descascar as frutas para comer.

As coisas pioram ainda mais quando o spray é realizado pouco antes da colheita. Também, o spray dentro de armazéns é grave porque o veneno pode penetrar as embalagens. Batatas recebem spray no armazém para evitar que comecem a brotar.

É difícil calcular os níveis aceitáveis de veneno na comida, porque diferentes pessoas tem diferentes sensibilidades e a combinação de vários venenos pode aumentar o efeito total (sinergia). O que está claro é que nenhum veneno é desejado na comida. O nível aceitável tem que ser zero.

Agências controlam os níveis de veneno e tentam, estabelecer limites, mas o resultado é que o consumidor sustenta essas agências e acaba comendo veneno do mesmo jeito.


12. the human price

Após despejar toda essa contaminação nas plantas e nos rios e em todo lugar, pode o humano querer viver com saúde, sendo ele parte desta mesma natureza?

Qual o efeito a longo prazo de consumir este coquetel de venenos?

Exemplo: Um homem perde peso e de repente desenvolve sintomas de envenenamento. A causa foram os venenos que foram se acumulando na gordura corporal, e foram liberados todos de uma vez. Além desse problema, os venenos podem interferir no funcionamento do tecido adiposo (gordura).

O aumento em doenças do fígado e outros órgão também é devido a esta poluição. O sistema nervoso também é afetado. Os sintomas agudos de envenenamento por DDT foram relatados por 2 pesquisadores ingleses que deliberadamente consumiram o veneno. Sintomas incluem espasmos, irritabilidade dor de cabeça e dor em todos os osso, entre outros.

Mecanismo e ação dos organofosforados – os efeitos são devidos à inativação da enzima acetilcolina esterase (AchE) que é responsável por destruir a acetilcolina (um neurotransmissor) depois que esta já fez seu serviço (na junção neuro-muscular) , que é estimular um músculo a se contrair. Sem a destruição desta, o músculo permanece acionado, causando tremedeira, paralisia e morte quando o músculo for o da respiração. A combinação destes com um organoclorado é terrível porque o fígado prejudicado pelo organoclorado reduz a produção da enzima mencionada (AchE) e o efeito do organofosfato é portanto potenciado.

Uma bebida vendida na época da lei seca nos EUA, chamada Jamaica Ginger, continha um organofosforado (tri-ortho-cresyl phosphate -TOCP) e as pessoas que consumiam sentiam fraqueza nos braços e pernas, e caminhavam de uma maneira que parecia uma dança. Paralisia e total perda da coordenação dos movimentos também ocorria, e para muitos o efeito foi permanente. Houve cerca de 50 mil vítimas.

Dentre os inúmeras substâncias sintéticas nocivas que consumimos (além dos venenos) , outras também podem ter inteirações destrutivas com os organofosfatos.

Confusão, perda de memória, manias paralisia, etc...É um alto preço para pagar por exterminar alguns insetos. Não se poderia estar mexendo com substâncias que atacam o sistema nervoso (nosso).


13. Through a narrow window

Neste capítulo estuda-se a maravilhosa química microscópica, que ocorre dentro dos organismos vivos. A bioquímica, o metabolismo, para explicar o mecanismo de ação de pesticidas.

O DDT e o 2,4-D, por exemplo, agem com desacopladores (uncouplers). Eles desacoplam os processos que ocorrem dentro da mitocôndria para produzir ATP, inibindo enzimas, de modo que a produção de energia da célula para.

O nosso DNA também está em risco devido aos venenos. Este é o nosso patrimônio mais valioso, construído ao longo de bilhões de anos.

Os biocidas podem também causar câncer, assim como as substâncias radioativas, portanto agindo como mutagênicos (mutagens). Um dos primeiro mutagênicos foi o gás mostarda, usado como armamento químico na guerra.

O uretano, da família dos carbamatos, previne a germinação em batatas armazenadas por um mecanismo de parada da divisão celular. Alterações no controle do processo de divisão celular podem levar ao câncer. O uso do 2,4-D tem também produzido tumores em plantas.


14. One in every four


Este capítulo é sobre a batalha contra o câncer.

Desde o inicio da vida no planeta, houve uma batalha contra fatores letais. O oxigênio era tóxico quando começou a existir na atmosfera, a radiação UV era intensa sem a proteção do ozônio, elementos radioativos estavam presentes e em maiores quantidades que agora (pois a radiação vai se acabando com o tempo…), elementos tóxicos como o arsênico frequentavam as águas (e ainda frequentam em alguns lugares), etc…

Assim mesmo a vida conseguiu evoluir e lidar com essas ameaças naturais.

Mas quando o homem começou a produzir substâncias tóxicas, muitas delas carcinogênicas, já não tivemos bilhões de anos para desenvolver defesas. E estas começaram a matar. Humanos são os únicos animais que produzem substâncias carcinogênicas. Até o final do século XIX, meia dúzia de substâncias cancerígenas de origem industrial eram conhecidas. Algumas dessas eram emitidas pela queima do carvão e eram a razão do câncer escrotal nos limpadores de chaminés (chimney sweeps). Mas hoje em dia estas substâncias são produzidas em ritmo alarmante, e a população tem contato próximo com elas. Bebês tem contato com elas já no útero.

Os primeiros pesticidas, baseados em arsênico, já causavam câncer. Herbicidas do gruppo carbamato, IPC e CIPC, demonstraram que causam câncer em ratos.

De todas formas não se pode estimar o potencial cancerígeno dos pesticidas, especialmente os mais modernos, porque os efeitos podem ser latentes (demorar um longo período para se manifestarem). Por isso o público é usado como cobaia, ao mesmo tempo qm que os ratos e tal.

Destilados de petróleo que são usados omo solventes pára os pesticidas, como benzeno por exemplo, também são nocivos. Benzeno aloja-se na medula óssea e permanece alí por até 20 meses. Ele causa leucemia. (leukemia).

O alto índice de câncer em trutas de criação, é o número de substâncias adicionadas À sua ração, remédios etc.

Um problema adicional é que o coquetel químico despejado nos rios e oceanos pode reagir entre si, e com ajuda de raios UV pode formar outras substâncias ainda piores.

Se gasta muito dinheiro e energia tentando descobrir curar para o câncer quando a estratégia deveria ser eliminar a produção de substâncias cancerígenas em primeiro lugar. Essa foi a abordagem do Dr John Snow, que erradicou a cólera em Londres eliminando o germe (inutilizando a bomba d'água do rio) invés de usando remédios.


15. Nature fights back


Depois de arriscar tanto para tentar moldar a natureza aos nossos desejos, o resultado foi um fracasso.

Os controles químicos impostos fracassaram porque não se levou em conta a complexidade das relações entre todos os organismos vivos no meio ambiente. Insetos, e todas as demais criaturas, são mantidos em seu lugar (kept in check) devido a essas mesmas relações, que ecologistas chamam de resistência do meio ambiente, que consistem da limitação de alimento disponível, condições climáticas e a presença de competidores e predadores.

Quando a resistência do ambiente é enfraquecida uma espécie pode começar a se reporduzir muito e sua população explodir. Por exemplo, uma única fêmea do piolho-verde-da-maçã (aphis), que se reproduz sem acasalamento, pode em 1 ano produzir descendentes com o mesmo peso de todos os habitantes do império chinês. Isto felizmente não ocorre devido à resistência do ambiente.

Em termos do número de espécies, cerca de 75% das criaturas da terra são insetos, que são mantidos controlados pela resistência do ambiente. Sem essa, não haveria um volume de venenos capaz de controlá-los. O problema é que não se dá conta da importância dessa defesa natural enquanto ela não falha. As joaninhas (ladybugs), por exemplo, comem uma variedade de insetos que atacam plantas. O uso intensivo de venenos pode causar uma baixa permanente na resistência do meio ambiente, e causar um desastre maior.

Por isso é que há casos em que o inseto alvo aumenta em população após um spray , ou mesmo insetos que não incomodavam se tornam pestes devido ao aumento de sua população. Populações de insetos explodem quando eu predador é mais sensível ao veneno, morre em grandes quantidades, e recupera-se mais lentamente. Ou seja, lançamos à artilharia também contra nossos amigos (os predadores de pragas). Rachel Carlson oferece inúmeros exemplos de ataques químicos fracassados.

No final são dados exemplos do controle biológico de insetos, como por exemplo a joaninha vedalia que come os parasitas das plantações cítricas. Portanto deve-se incluir entomologistas no trabalho de combate aos insetos, e não apenas químicos. As relações de predação, entre outras, devem ser bem compreendidas. Dessa forma pode-se escolher venenos que não prejudicam muito os predadores e parasitas do inseto alvo, como foi feito pelo Dr. Pickett, com muito sucesso, aumentando a eficiência e reduzindo o volume de produtos usados.


16. the rumblings of an avalanche


Neste capítulo trata-se do tema de resistência aos venenos. Darwin ficaria muito feliz em ver como a sua teoria da sobrevivência do mais bem adaptado, foi mais uma vez comprovada. Resistência em insetos pode ocorrer relativamente rápido porque eles se reproduzem muito rápido. O veneno mata os mais fracos e os fortes que sobrevivem se reproduzem e formam um novo exército, onde todos são mais fortes e resistentes ao veneno. É a seleção natural agindo contra os interesses do spray químico.

A primeira resistência ao DDT apareceu 6 anos após seu uso inicial, mas há casos em que a resistência aparece muito mais rápido, chegando a acontecer na mesma temporada. É frustrante desenvolver novos inseticidas sabendo-se que a a maravilha de hoje é o fracasso do amanhã. Essa indústria não conseguiu acabar com o problema; ao revés, tornou o inimigo mais forte!


17. The other road


Agora, neste último capítulo, chega o momento de decidir se devemos continuar nessa rota, do spray de veneno, ou desenvolver estratégias alternativas. Algumas destas serão descritas aqui.

Os insetos tornam-se resistentes aos inseticidas mais rapidamente que os humanos (pois humanos se reproduzem muito mais lentamente ). Portanto o spray é uma ameaça maior à nossa espécie, do que à espécie do inimigo.

A produção de insetos estéreis tem dado resultados para alguns insetos. Estes são soltos na população, acasalam e produzem ovos que não são viáveis.

O uso de ferormônios também tem sido aplicado. O inseto é atraído por este , pensando que foi emitido por uma fêmea. Dessa forma eles podem ser presos em armadilhas . Insetos forma vistos copulando com pedaços de madeira embebidos em ferormônio. Eles podem também ficar perdidos e não conseguir se reproduzir devido aos ferormônios introduzidos pelo homem. A vantagem é que quantidades pequenas do ferormônio já fazem efeito.

O uso de sons para repelir insetos foi também usado com sucesso em alguns casos.

O controle biológico com a introdução de aranhas, joaninhas, pássaros e outros animais que comem a peste, é uma estratégia que teve sucesso em muito casos, descritos em detalhe por Rachel Carlson.

O Bacillus thuringiensis é uma bactéria que vive no solo e produz uma toxina que mata insetos indesejados. Esta tem sido usada com sucesso desde 1911 quando foi descoberta. Muito importante é o fato de que ela é seetiva e não faz mal a humanos, embora mate diversos tipos de insetos.

Mais recentemente o gene para a produção desta toxina tem sido incorporado em alimentos transgencicos como milho e batatas ( Bt-potatoes, Bt-corn, Bt-sweet corn ).

Em conclusão, houve pouco estudo de entomologia e muito de química, que desenvolveu armas terríveis que se voltaram contra nós e o planeta.

 

Ricardo Esplugas de Oliveira 2020

 


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